E se eu parar de fumar?

O tabagismo passivo mata cerca de 600 mil não fumantes todos os anos no mundo, dos quais 165 mil são crianças menores de 5 anos, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), que considera a epidemia de tabagismo a maior ameaça à saúde pública atualmente. Neste ano, a OMS lançou a campanha "Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento", que está sendo reforçada pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), em alusão ao Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto.
 
Uma pesquisa realizada em 2016, pela Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), apontou que, embora o número de fumantes passivos tenha caído 34,4% em 2016 entre os adultos nas capitais brasileiras, o impacto do tabagismo sobre a mortalidade e a qualidade de vida no Brasil é diretamente responsável pela perda, a cada ano, de 4.203.389 anos de vida, além disso é responsável por 12,6 % de todas as mortes que ocorrem no país em pessoas maiores de 35 anos. 
 
Pode não parecer, mas esse tipo de tabagismo causa doenças e morte, porque significa inalar fumaça de cigarros (ou outros produtos derivados do tabaco) por pessoas que não fumam. Difundida no ambiente, ela faz com que as pessoas ao redor inalem a mesma quantidade de poluentes. Para efeito de comparação, a oncologista do Centro Capixaba de Oncologia (CECON), Juliana Rocha, informou que o tabagismo é a primeira causa de mortes evitáveis no mundo segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS); o fumo passivo está em terceiro lugar. "Grávidas em contato com fumo passivo tem risco fetal e de prematuridade. Nas crianças o sistema imunológico é bem mais frágil a alergias respiratórias. Eles ficam muito mais suscetíveis ao surgimento de asmas. Se já tem, fica pior. Quem fuma é pior mas o (fumante) passivo é uma das principais causas de morte súbitas".
 
Ainda de acordo com a oncologista, não existe uma dose segura para o tabagismo. Qualquer uma é prejudicial a partir do momento em que a pessoa resolve fumar. Isso porque ele libera serotonina, um neurotransmissor que atua no cérebro regulando o humor, sono, apetite, ritmo cardíaco, entre outros. A dependência está ligada a ela. Cada vez que se fuma, mais vontade tem. Infelizmente, no futuro as principais doenças provocadas pelo tabagismo serão câncer, doença cardíaca e doença pulmonar obstrutiva crônica.
 
O tabagismo também gera custos médicos diretos de R$ 39,4 bilhões por ano, o equivalente a 8% de todo o gasto com saúde, e R$ 17,5 bilhões em custos indiretos decorrentes da perda de produtividade devida à morte prematura e incapacidade, de acordo com a Nota Técnica "Tabaco: uma ameaça ao desenvolvimento" do INCA/Ministério da Saúde.
 
E se eu parar de fumar?
Lançada para celebrar o Dia Nacional de Combate ao Fumo, a Campanha do INCA e Grupo Oncoclínicas pretende conscientizar a população sobre os benefícios – para a saúde e para o bolso - que um pessoa conquista ao parar de fumar.
 
Através do hotsite www.seeuparardefumar.com.br uma calculadora virtual mostra quanto a pessoa pode economizar ao deixar de fumar, transformando essa economia em sonhos de consumo, e quais os benefícios à saúde que um ex-fumante adquire imediatamente ou anos após deixar o vício. 
 
Você sabia que em 20 minutos a pressão arterial e a frequência do pulso voltam ao normal? Já em 2 horas não há mais nicotina circulante no sangue e em 1 ano o risco de doenças ligadas aos males do coração, como infarto, cai pela metade. Essas e outras informações estão disponíveis no site e na cartilha. 
 
Mesmo após tomar a decisão de se parar de fumar, é fundamental que a pessoa acompanhe a saúde. Os males oriundos do fumo são inúmeros e a detecção precoce é o melhor caminho para uma vida com mais qualidade. O rastreamento do câncer de pulmão reduz em 20% a mortalidade por este tipo de tumor ao identificar a doença em sua fase inicial. Os exames de rastreamento são indicados para pacientes fumantes, de 55 a 74 anos, que fumam 30 maços por ano ou que pararam de fumar há menos de 15 anos. 
 
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Fontes: Ministério da Saúde (Vigitel), Inca, Grupo Oncoclínicas