Ministério da Saúde amplia público-alvo de seis vacinas

Para a campanha de vacinação deste ano, o Ministério da Saúde decidiu ampliar o público-alvo das vacinas de tríplice viral, tetra viral, dTpa adulto, HPV, meningocócica C e hepatite A. A medida foi possível devido à economia de R$ 66,5 milhões, obtida pelo Ministério da Saúde a partir da negociação e redução de até 11% no valor da dose de três vacinas: Hepatite A, HPV e dTpa. Com isso, a cobertura vacinal foi ampliada e foram adquiridas mais de 11,5 milhões de doses da vacina de febre amarela. "O Ministério da Saúde investe anualmente R$ 3,9 bilhões na compra de 300 milhões de doses de vacinas para proteger contra 20 tipos de diferentes de doenças. Estamos conseguindo negociar com os fornecedores, inclusive os laboratórios públicos, vacinas por um menor preço", afirmou o ministro da Saúde, Ricardo Barros. 
 
A coordenadora do Programa Nacional de imunização (PNI), Carla Domingues, alertou para a necessidade da população ficar atenta às vacinas que estão disponíveis durante todo o ano nos postos de saúde. "Não adianta termos todas as vacinas preconizadas pelo Organização Mundial de Saúde (OMS) disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) se a população não se conscientizar da necessidade de manter a caderneta de vacinação atualizada", destacou Carla Domingues. 
 
Hepatite A - A vacina hepatite A passa a ser disponibilizada para crianças até 5 anos de idade. Antes, a idade máxima era até 2 anos. Estudos têm demonstrado que, em cerca de 95% dos vacinados, há produção de anticorpos em níveis protetores quatro semanas após a vacinação com uma dose.
 
Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela) - Para as crianças, há ampliação da oferta da vacina tetra viral, passando a ser administrada de 15 meses até quatro anos de idade. Antes era administrada na faixa etária de 15 meses a menor de dois anos de idade. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) recomenda a vacinação das crianças com a tríplice viral (sarampo, Caxumba e rubéola) aos 12 meses de idade (primeira dose) e aos 15 meses com a tetra viral (segunda dose com a varicela). 
 
HPV - Também será ofertada, a partir deste ano, a vacina HPV para meninos. Desde 2014, a vacina é oferecida para meninas de 9 a 13 anos. Agora, o público-alvo incluirá também meninas de 14 anos. Ainda para neste ano, além dos meninos, a vacina também será oferecida para homens vivendo com HIV e Aids, entre 9 e 26 anos de idade, e para imunodeprimidos, como transplantados e pacientes oncológicos. Desde 2015, as mulheres (9 e 26 anos) que vivem com HIV/Aids recebem a vacina. 
 
Meningocócica C - O Ministério da Saúde também passou a disponibilizar a vacina meningocócica C (conjugada) para adolescentes de 12 a 13 anos. A faixa-etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos crianças e adolescentes com 9 anos até 13 anos.
 
A meta é vacinar 80% do público-alvo, formado por 7,2 milhões de adolescentes. Além de proporcionar proteção aos adolescentes, a ampliação vai proteger indiretamente as pessoas não vacinadas. O esquema vacinal para esse público será de um reforço ou uma dose única, conforme a situação vacinal. 
 
dTpa adulto  - A vacina adsorvida difteria, tétano e pertussis (acelular) tipo adulto passa a ser recomendada para as gestantes a partir da 20ª semana de gestação. As mulheres que perderam a oportunidade de serem vacinadas durante a gestação, devem receber uma dose de dTpa no puerpério, o mais precoce possível. Com essa medida, o Ministério da Saúde busca garantir que os bebês possam nascer protegidos contra a coqueluche, por conta dos anticorpos que são transferidos da mãe para o feto, evitando que eles contraiam a doença até que completem o esquema de vacinação com a vacina penta, o que só ocorre aos seis meses de idade. 
 
Apesar da vacina dTpa poder ser aplicada no puerpério, é importante ressaltar que esta estratégia só deve ser realizada como última opção, pois ao se vacinar uma gestante após o parto, não haverá transferência de anticorpos para o feto, consequentemente, há diminuição da possibilidade de proteção das crianças contra a coqueluche nos primeiros meses de vida.
 
Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) – Foi introduzida a segunda dose da vacina tríplice viral para a população de 20 a 29 anos de idade. Anteriormente, a segunda dose era administrada até os 19 anos de idade. Com esta mudança, a imunização vai atingir também adolescentes e adultos jovens entre os quais tem aumentado os casos de caxumba nessa faixa etária.
 
A adoção do esquema de duas doses para esse grupo contribuirá na redução de casos da doença. Deste modo, duas doses contra sarampo, caxumba e rubéola passam a ser disponibilizadas para pessoas de 12 meses até 29 anos de idade. Para os adultos de 30 a 49 anos permanece a indicação de apenas uma dose de tríplice viral.
 
Vacinas
 
Atualmente, são ofertadas gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS) 19 vacinas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), beneficiando todas as faixas etárias. Por ano, são disponibilizados pela rede pública de saúde de todo o País cerca de 300 milhões de doses de imunobiológicos para combater mais de 20 doenças. 
 
Em 2016, o investimento do Ministério da Saúde na oferta de vacinas foi de R$ 3,9 bilhões um crescimento de 225% na comparação com o ano de 2010, quando foi investido R$ 1,2 bilhão. Para 2017 está previsto um investimento de R$ 3,9 bilhões.
 
Fonte: Portal Brasil, com informações do Ministério da Saúde