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Autogestão: custo assistencial cresceu 53% em cinco anos 

A variação do custo assistencial das operadoras de autogestão foi de 53,2% no período de 2010 a 2014, de acordo com pesquisa realizada pela União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (Unidas), que analisou as contas de 57 operadoras. 
 
Segundo a pesquisa, os custos dos serviços de saúde têm apresentado evolução crescente, superior aos índices de inflação geral. Em 2014, o custo médio anual, por beneficiário, foi de R$ 3.690,71. Em 2010, esse valor era de 2.408,79. Em relação às internações hospitalares, o gasto médio cresceu 45% no mesmo período analisado, passando de R$ 8.402,95 para 12.167,33. 
 
"A maior utilização em procedimentos ambulatoriais e o tempo mais elevado de permanência hospitalar dos aposentados e agregados nas internações impacta nos custos assistenciais destes grupos, cuja média etária é mais elevada quando comparada aos beneficiários que se encontram em atividade nas patrocinadoras", explicou João Paulo dos Reis Neto, Chefe do Grupo Executivo de Modernização e Tecnologia (GEMOT) da CAPESESP, e Diretor Técnico da Unidas. 
 
O número de idosos, acima de 60 anos, no segmento de autogestão é o dobro da média geral da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e dos outros segmentos de saúde – medicina de grupo, cooperativas e seguradoras. Eles representam 24%, totalizando mais de 835 mil indivíduos. Este cenário atual é o que prevê a Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Brasil em 2050, quando a população idosa brasileira passará de 7,8% para 23,6%. 
 
A Unidas tem participado de grupos de trabalho para discutir as melhores práticas do mercado, sendo necessário rever alguns aspectos primordiais, como novos modelos de remuneração, programas de prevenção e a participação do beneficiário no custeio do plano. Algumas operadoras de autogestão já trabalham com a coparticipação. 
 
E o mercado já começa a sentir os efeitos dessa movimentação, conforme demonstra pesquisa capitaneada pela consultoria Mercer Marsh Benefícios. Segundo o estudo, realizado com 513 empresas de mais de 30 segmentos, a quantidade de organizações que cobram participação dos funcionários subiu de 44% em 2014 para 51% no ano passado. Outro levantamento, este feito pela consultoria Aon, revelou que 66% de 423 companhias brasileiras oferecem aos seus empregados planos de saúde com coparticipação. 
 
Fonte: Monitor Mercantil / Unidas