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Gestão consciente dos custos garante sustentabilidade das operadoras de saúde

Diferente do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação médica é composta além do preço, também pela frequência de utilização, explica a Gerente de Inteligência em Saúde da Gesto Saúde e Tecnologia, Francine Leite para o site Saúde Business. É como se em um ano o preço médio da consulta aumentou de R$ 100 para R$ 110 e a frequência média aumentou de 5 para 6 consultas médicas por beneficiário, o impacto desse aumento resultou em uma "inflação" do custo da consulta (preço X frequência) de 32%.

Em tempos de crise econômica, a alta do dólar, por exemplo, também contribui para o aumento do preço de insumos médicos, principalmente utilizados durante as internações. Para controlar a chamada Variação de Custos Médico-Hospitalares (VCMH), as operadoras de saúde desenvolvem ações específicas de controle de modo que o atendimento ao beneficiário não seja prejudicado.

Normalmente, essas ações giram em torno de dois tipos de gestão: o alto custo e segunda opinião, e a preventiva de alto custo. A primeira gestão significa investir na negociação dos custos das cirurgias eletivas, incluindo o preço de OPME (órteses, próteses e materiais especiais) junto ao prestador de serviço com melhor custo-efetividade. A segunda trata de evitar que o alto custo ocorra agindo na prevenção, seja evitando uma cirurgia com OPME desnecessária ou direcionando o beneficiário para prestadores de referência na questão, focando no custo-efetividade.

Intervenção assistencial
A CAPESESP tem um exemplo claro de como esse tipo de controle funciona e beneficia tanto o paciente como a operadora de saúde. Já faz parte da rotina de auditoria médica à busca pela segunda opinião em caso de cirurgia eletiva, o que aconteceu com o senhor Persival Souza de Oliveira, de Porto Velho (RO). Depois de quase dois anos de tratamento com fisioterapia indicado pelo ortopedista, houve o encaminhado para cirurgia. O procedimento necessário era uma artrodese de coluna cervical, indicado quando o problema de coluna causa instabilidade.

"Na minha ansiedade para realizar a cirurgia, me esqueci de pegar o parecer com o segundo médico em Rondônia que confirmou a necessidade do procedimento. Logo após a consulta, ele entrou de férias. Não demorou muito, a CAPESESP entrou em contato comigo pela Lidiane Freitas Vianna, assistente social, que fez a proposta para realizar o procedimento no Rio de Janeiro, com outro médico. Eu não pensei em despesa, em nada. Só queria resolver a dor, porque percebia que o quadro estava se agravando", relata Persival.

Já no Rio de Janeiro, entre a consulta com o médico de referência, a realização do procedimento cirúrgico e a consulta de revisão foram 15 dias, liberando o paciente e a esposa, acompanhante, ao retorno à cidade natal. "O médico que me atendeu no Rio, senti firmeza, logo na consulta. Foi bacana desde o primeiro contato, me passando os telefones, inclusive o WhatsApp. Também fiz uma pesquisa na internet para ter alguma referência dele e eram as melhores. Ele me esclareceu melhor os riscos do procedimento cirúrgico e como seria minha recuperação. Todo o processo foi transparente e valeu muito a pena. Foi nota 10. A minha preocupação era, se voltando, teria alguma consequência no pós-operatório. Mas pensei positivo e estou confiante. Gostei muito do CAPESAÚDE, fiquei surpreso.  Sou funcionário da FUNASA, atuo junto ao Sindicato, cobro o bom atendimento, mas vejo que tem colegas que só reclamam e não fazem uma avaliação geral, não tem conhecimento dos procedimentos administrativos", finaliza o servidor.

O resultado ainda representou melhor custo-efetividade e prova que é fundamental a análise, caso a caso, e o controle sobre os procedimentos e custos. Essas são algumas das medidas que podem auxiliar na contenção da variação dos custos com a saúde e contribuir para a sustentabilidade do plano.

Fonte: ACS/CAPESESP com informações de Saúde Business.