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Práticas de educação financeira excluem idosos e pessoas de baixa escolaridade

Apenas 6% das ações direcionadas a educar a população para as finanças comportamentais estão concentradas nas regiões Norte e Nordeste. Foi essa uma das conclusões do 1º Mapeamento Nacional de Iniciativas de Educação Financeira, divulgado na última terça-feira, dia 15, em São Paulo.
 
Em contrapartida, as regiões Sul e Sudeste concentram 87% de todas as ofertas regionais de orientação para o uso consciente das finanças. A pesquisa da Enef (Estratégia Nacional de Educação Financeira) ouviu 317 iniciativas no País, das 803 mapeadas.
 
O levantamento identificou uma lacuna que precisa ser preenchida por práticas futuras de formação financeira, na opinião da presidente da Associação de Educação Financeira do Brasil (AEF), Silvia Moraes, que apresentou o estudo.
 
"As regiões Norte e Nordeste têm um alto índice de vulnerabilidade social e receberam atenção especial do governo para sua inclusão social e produtiva. Isso mostra a urgência para que a região seja mais atendida pelas iniciativas existentes", observou.
 
A pesquisa também concluiu que adultos e jovens com ensino médio e superior são os maiores beneficiados pelas práticas de educação financeira, apesar de tais medidas não apontarem restrições quanto à idade e o nível educacional das pessoas orientadas.
 
"As ações focam o cidadão economicamente ativo, mas é importante pensar em públicos em situação mais vulnerável, como idosos e moradores de áreas menos assistidas", comentou a presidente da AEF.
 
Na visão da executiva, o público idoso carece de orientação por estar mais exposto ao crédito e por ter passado a viver mais e consumir mais. O mesmo ocorre com pessoas de nível educacional mais baixo, que tiveram maior acesso ao crédito nos últimos anos. 
O mapeamento mostrou, ainda, que 60% do público atendido pelas iniciativas é composto por pessoas físicas, ao passo que a quantidade de pessoas jurídicas é inferior (39%), evidenciando menos iniciativas de orientação para o empreendedor no País.
 
Ambiente virtual lidera abordagem com o público
 
O meio virtual representa 78% dos meios utilizados para a abordagem das ações com o público, enquanto que 48% das práticas utilizam jornais, revistas e folhetos para se comunicar. O estudo também identificou quarto perfis de iniciativas de educação financeira, de modo que 31% são voltadas para o público jovem e infantil, focadas na formação de longo prazo.
 
Outros 24% são representados por consultorias especializadas; 25% das ações partem de entidades que promovem medidas ligadas a programas governamentais e 20% correspondem a empresas públicas e privadas que visam estreitar a relação com clientes, utilizando o tema como bandeira.
 
Fonte: O Dia