Combater a osteoporose é apostar na qualidade de vida

O Dia Mundial e Nacional da Osteoporose, comemorado em 20 de outubro, é simbólico em todo o mundo por alertar sobre a doença conhecida como o enfraquecimento dos ossos que pode comprometer a qualidade de vida principalmente da população idosa. Assim como muitas outras, ela é silenciosa (raramente apresenta sintomas antes de uma fratura), mas pode ser prevenida e tratada.
 
O primeiro sinal costuma ser a dificuldade para permanecer com a coluna reta, seja em pé ou sentado. A perda progressiva de massa óssea também enfraquece os ossos e aumenta a possibilidade de fraturas, como a do fêmur, que pode deixar o paciente acamado por meses e gerar complicações como perda da musculatura dos membros e pneumonia. Fraturas do punho, quadril ou da espinha (vértebras) são as mais comuns. 
 
Os principais fatores de risco são predisposição genética, envelhecimento, dieta pobre em cálcio, sedentarismo, abuso de álcool e tabagismo. Se por um lado o tempo acelera os agravantes para pessoas com osteoporose, uma alimentação rica em cálcio, a exposição moderada ao sol para metabolizar a Vitamina D e a prática regular de exercícios físicos em qualquer fase da vida são fundamentais para o fortalecimento dos ossos. 
 
Como é feito o diagnóstico?
 
O diagnóstico da osteoporose é feito por meio da densitometria óssea, indicada para as mulheres a partir de 65 anos e para os homens com 70 anos ou mais. O exame também deve ser realizado por mulheres na menopausa e homens com mais de 50 anos que apresentem fatores de risco.
 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), a perda de massa óssea de 10% na vértebra pode dobrar o risco de fraturas vertebrais, enquanto a perda de massa óssea no quadril de 10% pode resultar em um risco 2,5 vezes maior de fratura do quadril. Ainda segundo a SBEM, em 2050 a incidência mundial de fratura de quadril deverá aumentar em 310% em homens e 240% em mulheres, em comparação com as taxas da década de 1990.
 
Os dados preocupam porque as lesões acarretam dificuldades físicas, psicossociais e financeiras, no entanto, a terapia medicamentosa contribui para a melhoria da qualidade de vida do paciente e a redução dos riscos de novas fraturas. 
 
Programa de Controle e Tratamento da Osteoporose da CAPESESP
 
Com o objetivo de garantir o acesso aos remédios e incentivar a aderência ao tratamento, a CAPESESP oferece, como benefício adicional, o Programa de Controle e Tratamento da Osteoporose (PCTO), que consiste no fornecimento de medicamentos injetáveis, de acordo com a prescrição médica e nas indicações de uso aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
 
Podem participar os associados que necessitem de tratamento para osteoporose grave por um período mínimo de 12 meses. As solicitações serão avaliadas pela equipe de médicos auditores do CAPESAÚDE a partir dos dados informados pelo médico-assistente do paciente. 
 
Rastreamento de fraturas
 
Outra estratégia que contribui para a qualidade de vida do paciente é o rastreamento do risco de lesões ósseas. No Brasil, a ferramenta FRAX (Fracture Risk Assessement Tool), lançada em 2008, calcula a probabilidade de fratura de fêmur e de outros ossos nos próximos 10 anos. A estimativa é feita a partir de informações sobre idade, sexo, índice de massa corporal (IMC) e fatores de risco, como histórico de fraturas, fumo, uso prolongado de corticoides, artrite reumatoide, alto consumo de álcool, entre outros. 
 
Um estudo da CAPESESP divulgado na ISPOR Europe (Conferência da Sociedade Internacional de Farmacoeconomia e Pesquisa de Resultados) apresentou a validação da FRAX, com base nos dados clínicos e registros eletrônicos da saúde. Os resultados mostraram que as ferramentas preditivas são úteis para identificar o grupo de alto risco para fraturas osteoporóticas e inseri-lo em um programa de controle de doenças, auxiliando a tomada de decisão. Além disso, as drogas de tratamento utilizadas no PCTO também demonstraram eficácia.
 
"Quanto antes identificarmos os pacientes de médio e alto risco de fratura, mais cedo poderemos iniciar o controle e orientá-los a respeito dos hábitos de vida que prejudicam a saúde e interferem na massa óssea", explica a Diretora de Previdência e Assistência, Dra. Juliana Martinho Busch.
 
Fonte: Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia